26/08/2020

A peste da insônia, curta-metragem sobre Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez

A Fundação Gabo, criada pelo escritor Gabriel García Márquez, produziu em junho deste ano, em seu canal no You Tube, um curta-metragem chamado "La peste del insomnio" (A peste da insônia), que aborda uma epidemia de esquecimento e insônia que assolava os personagens da fictícia cidade de Macondo. O objetivo do longa é levar esperança em meio à crise sanitária e econômica desencadeada pela Covid-19, através da leitura de trechos do livro "Cem anos de solidão", do colombiano, Gabriel Garcia Márquez.
A peste da insônia, curta-metragem sobre Cem anos de solidão de Gabriel García Márquez
O filme conta com a participação de trinta atores de sete países diferentes da América Latina, que leem trechos do livro sobre a praga que toma conta de toda a população de Macondo. A produção traz artistas como a brasileira Alice Braga, o argentino Ricardo Darín, os colombianos André Parra e Ana Mária Orozco, o mexicano Héctor Bonilla e a cubana Yoandra Suárez, entre outros. A direção é do venezuelano Leonardo Aranguibel e as imagens que aparecem entre suas falas são de cidades reais e atuais da América Latina, sob o impacto da Covid-19. "Cem anos de solidão", é uma obra de realismo fantástico, que faz parte das reflexões literárias que mais se identificam com a situação da pandemia mundial, além dos clássicos: "A peste", de Albert Camus e "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago.
El sol saldrá de nuevo, siempre lo hace...
Depois que se conhece os BUENDÍA, nunca mais se saí de MACONDO. Macondo é a cidade, Macondo é o país, Macondo é a América Latina. Macondo é a VIDA! Macondo é um bálsamo para os dias difíceis!
La peste del insomnio!

03/08/2020

"Na Natureza Selvagem", de Jon Krakauer, dica de leitura.

Diante desse cenário atual, causado pela Covid-19, em que as relações sociais estão escassas, compartilharemos breves percepções sobre algumas leituras que temos realizado durante esse período, na esperança de estimular a curiosidade e o prazer de ler.
A dica de leitura de hoje é o livro, "Na Natureza Selvagem", do escritor, jornalista e alpinista americano, Jon Krakauer, publicado em 1996. O livro conta a história real de Christopher McCandless, que morreu 112 dias depois de entrar no mato do Alasca, dezenove dias antes que seis alasquianos topassem com o ônibus abandonado e descobrissem seu corpo.
McCandless era um rapaz de 22 anos, filho de uma família de classe média alta, formado em direito, maduro, taciturno e muito inteligente. No verão de 1990, após concluir a Universidade Emory, resolveu abandonar tudo: família, amigos, carro e pertences pessoais. Doou 24 mil dólares a uma instituição de caridade, queimou todo dinheiro que tinha na carteira e inventou uma nova vida! Cortou relações definitivamente com o seu passado, mudou o nome e perambulou pela América do Norte em busca de novas experiências transcendentes. Viveu totalmente à margem da sociedade, fez novos amigos, deixou boas lembranças e gerou perplexidade a muitas pessoas. Sua história de vida e morte afetou uma grande quantidade de pessoas, causando manchetes sensacionalistas em muitos jornais da época. Alguns o admiravam pela coragem e seus nobres ideais, outros o fulminavam, chamando-o de idiota, louco, narcisista e estúpido.
Em janeiro de 1993, Jon Krakauer, fascinado e sentindo vagas semelhanças entre acontecimentos de sua vida e de McCandless, escreve um artigo na revista Outside, contando as aventuras do rapaz. Sem conseguir se afastar dos detalhes da morte de Chris (que morreu por inanição), resolve refazer a trilha de sua peregrinação e tentar refletir sobre outros temas, tais como: "a atração que as regiões selvagens exercem sobre a imaginação americana, o fascínio que homens jovens com um certo tipo de mentalidade sentem por atividades de alto risco, e os laços altamente tensos que existem entre país e filhos". 
Nas palavras do autor, Chris McCandless era "um jovem veemente demais e possuía traços de idealismo obstinado que não combinavam facilmente com a existência moderna". Chris era um rapaz culto, admirador de grandes heróis literários e que buscou viver na contramão do "sonho americano". Bebia na fonte dos clássicos! Tinha admiração por Tolstoi, como romancista e por ter abandonado sua vida de riqueza e privilégios para vagar entre os miseráveis. "Na faculdade, Começou a imitar o ascetismo e o rigor de Tolstoi a tal ponto que primeiro espantou, depois alargou as pessoas que lhe eram próximas. McCandless buscava exatamente, o despojamento tolstoiano! E foi o que encontrou, em abundância."
O livro é belíssimo, nos faz refletir sobre a vida, sobre nossos propósitos, sobre as relações familiares, perdão, aceitação, enfim, sobre a condição humana. O livro ainda traz algumas passagens e trechos emocionantes de alguns livros lidos por Chris em sua jornada solitária, durante sua aventura no Alasca.
Conheça os livros que influenciaram a breve odisséia de Christopher McCandless em direção a natureza selvagem:

"Walden, ou a vida na floresta", de Henry David Thoreau.

"A Desobediência Civil", de Henry David Thoreau.

"O Homem Terminal", de Michael Crichton.

"O Chamado Selvagem", de Jack London.

"Os Caninos Brancos", de Jack London.

"Guerra e Paz", de Liev Tolstói.

"A Sonata A Kreutzer", de Liev Tostói.

"A Felicidade Conjugal", de Liev Tolstói.

"A Morte De Ivan Ilitch", de Liev Tolstói.

"Doutor Jivago", de Boris Pasternak.

"As Aventuras de Huckleberry Finn", de Mark Twain.

E vocês, que livros estão lendo nessa quarentena?!