01/03/2016

O inspirador e meditativo Dicionário das Dores Obscuras

Sentimentos complexos e inomináveis! Já conhece o inspirador Dicionário das Dores Obscuras (The Dictionary of Obscure Sorrows)? Trata-se de uma web série escrita e narrada com imagens em forma de vídeos no YouTube, feita pelo designer norte-americano John Koenig. Nos vídeos Koenig cria palavras para definir determinadas emoções que nós sentimos, mas não sabemos nomeá-las. Você já sentiu vontade de desaparecer? Ou medo de que tudo já tenha sido feito? Ou ainda, a sensação de estar preso na terra e que o munda está indo depressa demais? Essas são algumas das questões subjetivas levantadas por Koenig em seus vídeos. O designer afirma que não existe nenhuma palavra na língua inglesa que possa definir ou expressar a vontade que todos nós já sentimos em algum momento de nossas vidas em desaparecer. Ambedo, Anemoia, Avenoir, Opia, Socha, Kenopsia e Vemödalen são algumas das muitas palavras criadas por Koenig para definir de forma poética e com muita sensibilidade sentimentos que vivenciamos ao longo da vida e não conseguimos descrever ou nomear. "Nossa missão é preencher todos os buracos deixados na língua, e dar a cada um deles, um nome", diz Koenig no vídeo de apresentação.
The Dictionary of Obscure Sorrows, dicionario John koenig
Cada vídeo vem acompanhado de uma narração explicativa com trilha sonora, lindas imagens e todos os vídeos são legendados em português e em outros idiomas. Selecionamos cinco vídeos da série The Dictionary of Obscure Sorrows (Dicionário das Dores Obscuras, o primeiro vídeo é uma apresentação) para você contemplar e refletir sobre nossas dores obscuras, sentimentos indefinidos, medos e sensações que já conhecemos, experimentamos, mas não sabemos definir.
Dicionário das dores obscuras por John Koenig
Vídeo de apresentação do Dicionário das Dores Obscuras de John Koenig: por falta de um mundo melhor.

Vemödalen: o medo de que tudo já tenha sido feito. A frustração de fotografar algo surpreendente, quando muitos já fizeram isso... já fotografaram imagens de pôr do sol, cachoeiras, nuvens, etc. Você é único, mas existem 7 bilhões tão únicos como você! Cada um de nós vê a vida sob determinado ângulo. E se nossas vidas terminassem como todas as outras? Facilmente substituídas por milhares de outras vidas idênticas e comuns, como você reagiria?

Socha: a vulnerabilidade escondida dos outros. A vulnerabilidade está presente em todos nós, mas sempre acreditamos que quanto mais nos colocamos distantes das outras pessoas, mais invulneráveis elas se apresentam. Todos temos falhas e acertos, mas olhamos as outras pessoas apenas do lado que elas se apresentam ao mundo e isso tudo nos soa falso, as dúvidas, inseguranças, falsas certezas, somos todos um trabalho em progresso, cheios de vulnerabilidades humanas.

Ambedo: a vida por sua própria conta. Um tipo de transe melancólico no qual você se torna completamente absorto por pequenos detalhes sensoriais – pingos de chuva escorrendo pela janela, árvores altas se dobrando lentamente com o vento, espirais de creme se formando no café – o que, por fim, leva a uma avassaladora constatação da fragilidade da vida.

Anemoia: nostalgia de um tempo que você nunca viu. Para descrever esse sentimento, Koenig abre o vídeo citando a frase de L.P. Hartley, em O Mensageiro (1953): "O passado é um país estrangeiro; lá, eles fazem as coisas de modo diferente". Já sentiu desejo de viver em outra época ao olhar fotos antigas? Já experimentou a dor da nostalgia por algo que você nunca viveu? Já se pegou imaginando como era a vida das pessoas antes de nós? Quem viveu e dormiu nas mesmas casas antes de nós? Reflita!

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