Sentimentos complexos e inomináveis! Já conhece o inspirador Dicionário das Dores Obscuras (The Dictionary of Obscure Sorrows)? Trata-se de uma web série escrita e narrada com imagens em forma de vídeos no YouTube, feita pelo designer norte-americano John Koenig. Nos vídeos Koenig cria palavras para definir determinadas emoções que nós sentimos, mas não sabemos nomeá-las. Você já sentiu vontade de desaparecer? Ou medo de que tudo já tenha sido feito? Ou ainda, a sensação de estar preso na terra e que o munda está indo depressa demais? Essas são algumas das questões subjetivas levantadas por Koenig em seus vídeos. O designer afirma que não existe nenhuma palavra na língua inglesa que possa definir ou expressar a vontade que todos nós já sentimos em algum momento de nossas vidas em desaparecer. Ambedo, Anemoia, Avenoir, Opia, Socha, Kenopsia e Vemödalen são algumas das muitas palavras criadas por Koenig para definir de forma poética e com muita sensibilidade sentimentos que vivenciamos ao longo da vida e não conseguimos descrever ou nomear. "Nossa missão é preencher todos os buracos deixados na língua, e dar a cada um deles, um nome", diz Koenig no vídeo de apresentação.
Cada vídeo vem acompanhado de uma narração explicativa com trilha sonora, lindas imagens e todos os vídeos são legendados em português e em outros idiomas. Selecionamos cinco vídeos da série The Dictionary of Obscure Sorrows (Dicionário das Dores Obscuras, o primeiro vídeo é uma apresentação) para você contemplar e refletir sobre nossas dores obscuras, sentimentos indefinidos, medos e sensações que já conhecemos, experimentamos, mas não sabemos definir.
Vídeo de apresentação do Dicionário das Dores Obscuras de John Koenig: por falta de um mundo melhor.
Vemödalen: o medo de que tudo já tenha sido feito. A frustração de fotografar algo surpreendente, quando muitos já fizeram isso... já fotografaram imagens de pôr do sol, cachoeiras, nuvens, etc. Você é único, mas existem 7 bilhões tão únicos como você! Cada um de nós vê a vida sob determinado ângulo. E se nossas vidas terminassem como todas as outras? Facilmente substituídas por milhares de outras vidas idênticas e comuns, como você reagiria?
Socha: a vulnerabilidade escondida dos outros. A vulnerabilidade está presente em todos nós, mas sempre acreditamos que quanto mais nos colocamos distantes das outras pessoas, mais invulneráveis elas se apresentam. Todos temos falhas e acertos, mas olhamos as outras pessoas apenas do lado que elas se apresentam ao mundo e isso tudo nos soa falso, as dúvidas, inseguranças, falsas certezas, somos todos um trabalho em progresso, cheios de vulnerabilidades humanas.
Ambedo: a vida por sua própria conta. Um tipo de transe melancólico no qual você se torna completamente absorto por pequenos detalhes sensoriais – pingos de chuva escorrendo pela janela, árvores altas se dobrando lentamente com o vento, espirais de creme se formando no café – o que, por fim, leva a uma avassaladora constatação da fragilidade da vida.
Anemoia: nostalgia de um tempo que você nunca viu. Para descrever esse sentimento, Koenig abre o vídeo citando a frase de L.P. Hartley, em O Mensageiro (1953): "O passado é um país estrangeiro; lá, eles fazem as coisas de modo diferente". Já sentiu desejo de viver em outra época ao olhar fotos antigas? Já experimentou a dor da nostalgia por algo que você nunca viveu? Já se pegou imaginando como era a vida das pessoas antes de nós? Quem viveu e dormiu nas mesmas casas antes de nós? Reflita!
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